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Temas Técnicos

Paciente bariátrico e implantes dentários: entendendo as particularidades

Paciente bariátrico e implantes dentários: entendendo as particularidades

Sabemos bem que a obesidade impacta negativamente o organismo, tornando-o propício ao surgimento de doenças crônicas como diabetes e pressão alta, além de distúrbios do fígado e diversos tipos de câncer, entre outros.

Nesse cenário, em um primeiro momento, são indicados os tratamentos convencionais, como mudança alimentar, exercícios físicos, uso de medicamentos, acompanhamento psicológico, entre outros. Mas, caso não se obtenha um resultado favorável, a cirurgia bariátrica pode ser um excelente caminho para os Pacientes obesos. Esta é, inclusive, uma cirurgia que tem crescido no país – segundo dados da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica), em 2019, foram realizados 68.530 procedimentos, 7% a mais do que em 2018. 

Mas, em função da deficiência na absorção de nutrientes que ocorre após a cirurgia, é preciso que o Dentista tenha um olhar minucioso sobre o paciente bariátrico que deseja fazer um implante. 

Convidamos o Dr. Fábio Azevedo, Especialista em Implantodontia e Consultor do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da S.I.N. Implant System, para falar sobre o assunto. 

Para começar, os exames

O Paciente bariátrico tem maior dificuldade de absorção de nutrientes e assim uma tendência a anemia maior do que a população em geral. Além disso, é preciso que haja um acompanhamento rigoroso de seus marcadores nutricionais. O Dentista deve solicitar, na fase de planejamento dos implantes, hemograma com plaquetas, além da dosagem de cálcio, ferro, fósforo e sódio – é muito importante que estes parâmetros estejam adequados, para que a osseointegração aconteça da melhor forma possível. 

Fique sabendo: com os exames em dia, o Paciente bariátrico se comporta como um Paciente comum, sob o ponto de vista da colocação de implantes.

Acompanhamento multidisciplinar

Em alguns casos, o Dentista deve solicitar ao Paciente que comunique o cirurgião responsável pela cirurgia bariátrica sobre a intenção de colocar implantes dentários. “Teremos, então, uma equipe multidisciplinar composta, muitas vezes, pelo médico, nutricionista, psicólogo e Dentista”, destaca o Dr. Azevedo.

Isso é particularmente indicado quando o Dentista avalia que existem riscos potenciais ao procedimento e quando os exames estão alterados, por exemplo. “E é a melhor forma, sem dúvidas, de prevenir eventuais intercorrências”, completa o especialista.

Por que os cuidados com os dentes são ainda mais imprescindíveis nestes Pacientes?

É fato que a digestão começa pela boca. E, no caso dos Pacientes bariátricos, a mastigação perfeita se torna ainda mais essencial, já que a cirurgia bariátrica promove mudanças significativas na alimentação. Em linhas gerais, em função das restrições alimentares e alterações metabólicas, o organismo passa a ter capacidade reduzida de absorção de nutrientes e vitaminas.

“Esse paciente precisa ter um cuidado redobrado com os dentes, para conseguir garantir o aporte adequado de nutrientes para o organismo”, diz o Dr. Azevedo. “Isso porque, nestes Pacientes, os alimentos mal mastigados não são absorvidos e podem, inclusive, causar gastrite e úlceras gástricas”, completa.

Tem mais: estes Pacientes ficam mais sujeitos à perda dentária, devido à deficiência nutricional (caso esta ocorra). Também podem acontecer fraturas nos dentes, quando o déficit de vitaminas for grande, devendo o Paciente consumir diariamente suplementos vitamínicos. Além disso, no pós-operatório da cirurgia bariátrica, vale agendar uma visita ao Dentista para limpeza e avaliação da saúde bucal e, depois, seguir a recomendação profissional quanto à necessidade de consultas, a depender do caso.

Cuidando da alimentação

Em geral, a alimentação de quem passou pela cirurgia bariátrica deve ser baseada em fontes de proteínas – principalmente carnes, peixes e verduras escuras. E durante o período da cirurgia de implantes, é fundamental que o Paciente se alimente adequadamente, para que o organismo consiga obter os nutrientes em quantidade adequada para os processos de cicatrização.  

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