Muita gente tem dificuldade em lidar com o envelhecimento, mas a verdade é que ele é inevitável. Para não ter sustos, o melhor é saber se preparar bastante e ter uma velhice, tranquila e com boa saúde física e financeira. Por isso, é tão importante pensar na aposentadoria desde cedo.
Afinal de contas, ninguém quer trabalhar incansavelmente a vida inteira. Chega um momento em que todo mundo quer descansar e aproveitar um pouco mais tudo que conquistou depois de tantos anos de esforço.
O problema é que muita gente começa a pensar na aposentadoria muito tarde, quando fica mais difícil juntar dinheiro suficiente para ter conforto na terceira idade. O ideal é planejar quanto antes, poupando e investindo corretamente.
Isso é ainda mais importante para os dentistas, que geralmente são profissionais liberais ou microempresários, cujo rendimento depende quase que exclusivamente do seu trabalho. Sendo assim, se você não quer continuar atendendo aos pacientes por toda a vida, é bom começar a se preocupar agora mesmo.
Mas como se aposentar com segurança? Quais as melhores formas de se investir para o futuro? Neste artigo, você confere tudo que precisa saber para ter uma aposentadoria saudável. Boa leitura!
Por que o dentista deve fazer um planejamento de aposentadoria?
Quem tem menos de 30 anos, dificilmente pensa na aposentadoria. Pelo contrário, é comum que essa se torne uma preocupação para as pessoas a partir dos 40 anos e depois de um bom tempo trabalhando. No entanto, essa falta de interesse pelo futuro pode trazer consequências graves.
Quem trabalha com carteira assinada, tende a se amparar no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), uma vez que contribuiu a vida toda esperando essa aposentadoria. Porém, o valor pago aos aposentados nem sempre é suficiente para ter uma vida digna na velhice.
Assim, o recomendado é que cada pessoa busque uma alternativa aos meios tradicionais para se aposentar, dentro das possibilidades de cada um. É importante saber economizar e guardar algum dinheiro para a posteridade.
No caso dos dentistas, a um complicador. A maioria atua como profissional liberal ou como microempresário, em consultórios e clínicas próprios. Portanto, só recebem pelos serviços prestados aos pacientes.
Ainda que os prestadores de serviço possam se aposentar pelo INSS, o valor costuma ser bem abaixo do padrão de vida já estabelecido durante a vida profissional. Por isso, muitos profissionais continuam trabalhando mesmo depois de aposentados. Portanto, se você deseja ter uma vida confortável e tranquila na terceira idade, o melhor é ter um plano de aposentadoria privada, fazendo investimentos de longo prazo.
É bom pensar na aposentadoria desde cedo
Depois da faculdade, o dentista se vê diante de muitas possibilidades. A maioria deseja abrir um consultório próprio e conquistar muitos pacientes ou até participar de muitos congressos de odontologia. Ao mesmo tempo, muitas coisas estão acontecendo na vida particular, com a constituição de uma família e a aquisição dos primeiros bens, como uma casa e um carro.
Nessa fase, é natural que os sonhos passem na frente de outras preocupações. No entanto, para que esses sonhos se sustentem, é fundamental pensar em como mantê-los ao longo da vida. Assim, o ideal é começar a planejar a aposentadoria logo no início da carreira.
A aposentadoria deve fazer parte do planejamento financeiro pessoal, com uma reserva feita todos os meses. Caso contrário, você terá que economizar muito quando for mais velho, correndo o risco de não conseguir juntar a quantia necessária para se aposentar quando desejar, tendo que trabalhar bem mais tempo que o esperado.
Como o dentista deve fazer o planejamento de aposentadoria?
Agora que já falamos sobre a importância de planejar a aposentadoria, você pode estar se perguntando como fazer isso na prática. Por isso, a seguir mostramos alguns passos fundamentais para investir com segurança.
Decida quando quer se aposentar
O primeiro passo é entender até quando deseja trabalhar. Afinal de contas, esse será o tempo que você vai economizar para poder se aposentar. Quanto menos tempo trabalhando, maiores devem ser suas reservas mensais e vice-versa. Nessa hora, é necessário fazer as contas de quantos anos serão necessários para você conseguir um valor suficiente para uma boa aposentadoria.
Sem contar que pode optar por investimentos mais longos, como os títulos do tesouro direto, que vencem em 20 anos ou mais. Quem conseguir se planejar mais cedo e tiver atingido um ponto de equilíbrio financeiro, também pode investir em fundos de maior risco e com um rendimento maior, como ações na bolsa.
Faça uma estimativa da sua renda
A sua renda pessoal deve ser a soma de todos os valores recebidos pelo seu trabalho. Por exemplo, se você tem um emprego fixo em uma empresa privada ou como servidor público e atende em seu consultório, precisa somar o seu salário com o pró labore. Lembre-se que o lucro é aferido apenas no fim de um período fiscal, não devendo fazer parte dessa conta.
Em seguida, é hora de listar todos os seus gastos pessoais. Aqui, vale lembrar a importância de separar as suas contas com a do consultório ou da clínica. A gestão financeira da empresa deve ser separada.
A partir daí, você poderá entender quais são seus custos atuais e quanto poderá investir para manter a qualidade de vida no futuro. É bom prestar atenção que alguns gastos atuais podem não existir na terceira idade, como a prestação de um imóvel, enquanto outros podem ser muito maiores, como o valor pago nos planos de saúde.
Dessa forma, você pode estimar a renda ideal para receber quando se aposentar. Obviamente, é só uma estimativa, uma vez que fatores como a inflação e mudanças na sua própria vida podem influenciar.
Calcule o valor a ser investido
Afinal, quanto é preciso guardar por mês para alcançar a renda almejada para se aposentar? Essa é uma das dúvidas mais constantes de quem quer planejar a aposentadoria. O fato é que não existe uma resposta única para ela, pois tudo vai depender dos investimentos que forem feitos e o tempo de recolhimento.
De todo modo, um cálculo correto deve considerar a rentabilidade líquida do investimento (sem taxas e impostos) e o rendimento real (sem a inflação acumulada). Assim, sempre que for fazer um investimento, avalie esses valores para ver se ele realmente vale a pena.
Quais as melhores práticas para fazer esse planejamento de aposentadoria?
Até aqui você viu o básico de como se aposentar de forma saudável. Entretanto, como escolher os melhores investimentos? O que fazer para ter bons resultados? Conheça algumas das melhores práticas para planejar a sua aposentadoria!
Não dependa exclusivamente do INSS
Todo trabalhador assalariado com carteira assinada e os prestadores de serviço autônomos têm direito a receber uma aposentadoria pelo INSS, um plano de previdência controlado pelo governo. O problema é que o valor a ser recebido pelos aposentados é limitado por um teto salarial, restringindo a renda do contribuinte.
Assim, o melhor é ter outras opções além da previdência social para garantir o padrão de vida desejado ao se aposentar. Isso não significa que você não deva contribuir para o INSS. Pelo contrário, ele pode ajudar bastante em afastamentos por problemas de saúde, por exemplo. A diferença é que essa não precisa ser a sua única forma de investimento.
Considere uma previdência privada
Diversas instituições financeiras oferecem planos de previdência privada, em que o profissional paga uma quantia todo mês. Depois, ele vai receber o valor proporcional ao valor recolhido quando se aposentar, em parcelas mensais. Então, funciona da mesma forma que o INSS, com a diferença de que não há um teto para o pagamento e nem um limite de tempo mínimo para a contribuição.
Existem inúmeros tipos de previdência privada, por isso, é bom pesquisar bastante para saber qual se encaixa melhor no seu bolso. Eles variam, principalmente, de acordo com o regime tributário, além das taxas e tarifas da própria instituição.
Além disso, é importante destacar que a previdência privada tem um rendimento bem menor que outras formas de investimento, como o Tesouro Direto. No entanto, pode ser mais simples para quem ainda não tem muito controle sobre as suas finanças.
Planeje a aposentadoria quanto antes
Já falamos anteriormente sobre a importância de começar cedo. Mas agora queremos mostrar a você o impacto disso na prática. O fato é que se deixar para depois, precisará investir bem mais no futuro. Assim, tem que trabalhar bastante depois dos 40 anos, quando poderia começar a desacelerar a sua rotina e conquistar mais qualidade de vida.
Por exemplo, se você investe cerca de R$ 300 todo mês desde os 25 anos, caso se aposente aos 55, já terá contribuído por 30 anos para a sua previdência privada. Esse valor será acumulado e renderá bem mais nesse tempo.
Por outro lado, se você começar a reservar um dinheiro para a aposentadoria só a partir dos 40, terá apenas 15 anos para somar o mesmo valor se desejar se aposentar aos 55 anos. Então, precisará trabalhar por bem mais tempo.
Faça um bom planejamento financeiro
Se você tem um consultório odontológico, já deve saber a importância do planejamento financeiro para a saúde das finanças do seu negócio, não é mesmo? Pois, saiba que não é muito diferente com as suas finanças pessoais.
É fundamental planejar toda a sua vida financeira desde o início, estabelecendo metas, objetivos e as ações necessárias para alcançá-los. A sua aposentadoria é uma parte essencial desse planejamento.
O problema é que dificilmente conseguirá se aposentar com tranquilidade se as suas finanças estão desorganizadas. É bem provável que não consiga reservar um valor mensal para a aposentadoria se nem mesmo consegue pagar o restante das suas contas.
Por isso, busque colocar as suas contas em ordem, controlando os seus gastos dentro da sua renda. Se for preciso, veja o que pode ser cortado ou reduzido, como no caso das despesas domésticas. O mais importante é entender que o valor da aposentadoria não deve ser deixado para depois, sendo um investimento no seu futuro.
Mantenha a regularidade nos investimentos
Para complementar o que dissemos logo acima, é comum que o pagamento da aposentadoria seja um dos primeiros a serem cortados em situações de crise. No entanto, é fundamental manter a regularidade nos aportes mensais, garantindo que você se aposente no momento desejado e tenha uma estabilidade financeira no futuro.
Pense que cada vez que você deixa de contribuir para a sua previdência, é um mês a mais que precisará trabalhar no futuro. Assim, se precisar economizar, tente cortar ou reduzir outro gasto.
Varie os seus investimentos
A previdência privada pode ajudar você a manter essa regularidade, com aportes mensais. Porém, o ideal é que ela não seja o seu único investimento, até mesmo por ter uma rentabilidade mais baixa.
Dá para investir em outros fundos, como o Tesouro Direto, títulos da dívida pública que tem um bom rendimento e é pouco instável. As ações na bolsa de valores também são uma boa opção por serem bastante rentáveis a longo prazo, porém, com um risco bem maior. Sem contar a tradicional poupança, que pode ser uma alternativa para quem ainda não quer se arriscar, e os fundos de renda fixa.
Dessa forma, o melhor é variar os seus investimentos, beneficiando-se dessa diferença de rentabilidade e de risco entre eles. É bom apenas avaliar cada instituição financeira e todos os fatores envolvidos no contrato antes de investir.
Quais erros devem ser evitados no planejamento de aposentadoria?
Na prática, você vai precisar calcular e pensar bastante antes de optar por um ou outro investimento. A escolha vai depender de muitas questões, como o valor a ser investido todo mês, o tempo de contribuição e o valor a ser recebido durante a aposentadoria. O mais importante é ter em mente que o planejamento é fundamental para evitar alguns erros que podem comprometer o seu futuro financeiro. Conheça os principais a seguir.
Não ter metas e objetivos
Todo planejamento começa com a definição de metas e objetivos, que vão nortear todas as suas ações. Dessa forma, se você começa a planejar a sua aposentadoria sem defini-los, corre o risco de não saber o que fazer, sobretudo porque se aposentar envolve um plano de longo prazo.
Por exemplo, se você deseja comprar um imóvel, precisa pensar se vai pagar parcelas menores ou maiores e como esse gasto vai impactar na sua aposentadoria. Todas as suas metas e objetivos devem sempre considerar quais serão os impactos na sua vida financeira do presente e do futuro.
Demorar a poupar dinheiro
A partir do momento em que você começa a ser economicamente ativo e independente, é hora de começar a programar a sua aposentadoria. Um dos principais erros de qualquer dentista é deixar isso para depois.
O problema é que você nunca poderá prever a sua situação financeira, pois ela vai depender de diferentes fatores, inclusive da conjuntura do mercado. Se hoje você prefere investir o seu lucro em outras coisas, pode ser que no futuro o seu consultório não tenha a mesma lucratividade.
Além disso, se atrasar os investimentos na aposentadoria, terá que pagar bem mais por ela — ou seja, isso pode comprometer bastante as suas finanças, ainda mais porque você não sabe se podem surgir imprevistos e novas despesas no futuro.
Poupar sem investir
No Brasil, já é uma tradição guardar dinheiro nas carteiras de poupança dos bancos. Essa é uma opção com um risco muito baixo e a rentabilidade é fixa, sendo bem fácil de se prever. No entanto, ela é problemática por não acompanhar a inflação. Portanto, a longo prazo, não é um investimento em si, é só uma forma de salvar um valor extra.
Quem quer realmente fazer um plano de aposentadoria deve pensar em não apenas poupar dinheiro. Outras fontes de investimento são protegidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e, por isso, tem uma lucratividade maior com o tempo, incluindo a correção de acordo com a inflação.
Afinal, se você pode fazer o seu dinheiro render mais, vale a pena investir em meios com maior retorno financeiro. Sem contar que, ao diversificar os investimentos, dá para diminuir e compensar as perdas nos negócios mais arriscados, mas que podem ser mais rentáveis.
Quanto investir por mês para aposentadoria?
O quanto você deve investir por mês vai depender muito da sua renda. O ideal é que seja proporcional ao valor da sua remuneração mensal total (pro labore + salários). Caso haja uma variação, dá para fazer uma média dos últimos 12 meses. O mais importante é ter uma constância. Não é porque você teve bons rendimentos de um investimento de risco em um mês que vai deixar de investir no outro.
O valor também vai depender de quando você começou a fazer uma reserva para a aposentadoria. Em um cenário em que você começou com 25 anos, podemos ter como exemplo a seguinte porcentagem em relação aos rendimentos:
- 10% aos 25 anos;
- 20% aos 35 anos;
- 30% aos 45 anos;
- 40% aos 55 anos;
- 50% aos 55 anos.
Note que dos 25 até os 45 anos você precisa ter uma reserva para a aposentadoria, mas ela pode ser bem menor. Isso porque nessa fase da vida você provavelmente ainda está lidando com outros custos, como financiamentos para montar o seu consultório ou comprar uma casa para a sua família, além das despesas com os filhos, por exemplo. Depois, a tendência é que esses gastos sejam reduzidos e, assim, dá para investir um pouco mais na aposentadoria que se aproxima.
Agora, se você começar a investir mais tarde, pode ser que desde os 40 anos já precise reservar 50% para a sua aposentadoria. É fundamental fazer todas essas contas para analisar quanto vai precisar gastar por mês para manter a sua renda depois de aposentar.
Por que contratar uma empresa para ajudar a planejar a aposentadoria?
Talvez não seja tão simples encontrar um valor para se investir ao planejar a aposentadoria. Tudo isso precisa ser muito bem pensado e calculado, pois não deve ser algo que pese no orçamento ou comprometa os seus sonhos. Também não é uma decisão que você precise tomar sozinho.
Existem diversas instituições financeiras especializadas em orientar no planejamento da aposentadoria. Essas empresas analisam todos os rendimentos do cliente e orientam sobre quais as melhores formas de investimento de acordo com o perfil de cada um. Ou seja, você pode contar com pessoas capacitadas para ajudar no seu planejamento financeiro de modo geral.
Os próprios bancos oferecem previdências privadas e outras formas de investimento, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) que é um pouco mais rentável e tão estável quanto a poupança. A maioria também tem planos de previdência privada. Nesse caso, é bom pesquisar e ficar de olho nas taxas administrativas cobradas, pois elas podem variar bastante.
Dessa forma, se você ainda não se sente seguro em fazer investimentos de maior risco, pode começar com alguns mais estáveis, vinculados ao seu próprio banco. Porém, é fundamental ter a disciplina necessária para fazer as aplicações mensais no valor definido.
Ao procurar orientação de especialistas, vale atentar também à importância de fazer um planejamento tributário. Isso quer dizer que você pode encontrar os meios legais para pagar menos impostos e ter um aumento na sua renda, valor que pode ser agregado aos seus investimentos.
Se for adquirindo mais confiança depois de um tempo, você pode tomar suas decisões sozinho. Para ajudar, alguns sites e aplicativos podem ser bem úteis, com dicas de como e onde investir. Inclusive, eles oferecem ferramentas para monitorar as suas finanças e lembrar quando deve investir.
Essas ferramentas são importantes, pois elas ajudam a criar a disciplina necessária para fazer esses investimentos. Com o tempo, eles se tornam um hábito, fazendo parte da sua rotina financeira, do mesmo modo que pagar uma conta de luz ou fazer um empréstimo no banco.
Vale lembrar que o planejamento da sua aposentadoria não deve ser algo rígido, pois se trata de um plano de longo prazo. É necessário ajustá-lo conforme a inflação, o surgimento de novas despesas e a sua própria capacidade de pagamento. Caso você tenha melhores rendimentos com o passar dos anos, vale a pena investir um pouco mais do que o estipulado no início. Afinal, o que está em jogo é o seu conforto e a sua tranquilidade quando decidir descansar.
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