Provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre a peri-implantite em algum momento! Consiste em um processo inflamatório que acomete os tecidos ao redor do implante dentário, capaz de comprometer o resultado final e inclusive levar à perda do implante, se não for bem controlado.
Portanto, precisamos alertar o paciente para o fato de que as coisas podem não sair conforme o esperado e mostrar que grande parte do sucesso do tratamento depende também dele.
Para nos ajudar a entender essa doença, ouvimos o Dr. Fernando Hayashi, mestre e doutor em Periodontia e embaixador da S.I.N. Implant System.
O que é peri-implantite?
Apontada como uma das principais causas de perda de implantes no pós-tratamento, essa doença começa com a mucosite, inflamação da mucosa ao redor do implante. Inicialmente restrita ao tecido mole, a infecção pode evoluir e atingir o osso dando origem à peri-implantite. Ou seja, é a mucosite associada à perda óssea.
É similar à periodontite, doença crônica dos tecidos ao redor dos dentes, porém a peri-implantite pode ocorrer mais rapidamente e ter impactos ainda maiores, já que ocasiona tamanha perda óssea que às vezes deixa o implante sem sustentação.
Quais são os sintomas?
Vermelhidão, inchaço, dor, supuração e sangramento (espontâneo ou provocado durante o exame) são sinais da inflamação. Para saber se está no primeiro estágio (mucosite) ou se já afeta o tecido ósseo, o profissional usa a sonda periodontal, ferramenta que possibilita “cutucar” o local. Normalmente o tecido sadio não sangra, mas caso haja sangramento, sinal de alerta: pode haver problema.
A sonda também permite estimar o espaço entre a mucosa e o implante e eventuais danos ao tecido ósseo. Reabsorções ósseas de até 2mm ao redor do implante são consideradas normais. Profundidades maiores em geral indicam peri-implantite, embora os valores sejam variáveis. Ou seja, o profissional deve conhecer previamente a espessura da mucosa da pessoa para determinar a profundidade da sondagem.
Saiba também que radiografias e tomografias dentárias contribuem para identificar a perda óssea e fechar o diagnóstico, e em complemento à sonda periodontal, esses exames também são úteis para o acompanhamento, mostrando se a situação está estável ou em progresso.
Quem é mais vulnerável?
Pessoas com periodontite estão mais propensas a desenvolver a peri-implantite, uma vez que as duas patologias têm causas comuns, a má higienização e a predisposição. Decorrem do acúmulo de placa bacteriana, que inflama e contamina a área.
Desse modo, quem perdeu todos os dentes em consequência da periodontite e recorre aos implantes para a reabilitação oral é um paciente mais suscetível à doença.
Caso o paciente tenha encontrado dificuldades no controle da placa e isso se repita, crescem as chances de danos ao implante. Então, saiba que uma boa conversa, orientando em detalhes como deve ser feita a higienização bucal, é fundamental para conquistar a adesão do paciente aos cuidados e aumentar as chances de um final feliz, não é mesmo?
Como se faz o tratamento?
Nos estágios iniciais, recomenda-se conduta conservadora, que consiste no controle mecânico da placa pelo dentista: raspagem local, remoção dos depósitos de placa da superfície do implante e dos tecidos vizinhos a fim de cessar a inflamação.
Após a raspagem no consultório, é fundamental o paciente fazer a sua parte, uma boa higienização em casa com escova dental, interdental e fio dental, e passar por reavaliação um mês após os procedimentos de contenção do quadro. Se a placa estiver controlada, sem sangramento e os demais sinais de inflamação tiverem cessado, o tratamento foi bem-sucedido. Pode comemorar!
Se ainda houver sangramento, é hora de tentar um novo procedimento mecânico ou partir para cirurgia. Nesse caso, é preciso abrir a gengiva, tirar o retalho e descontaminar a superfície do implante com produtos químicos, jato abrasivo e cureta.
Se for descoberta precocemente e tratada no primeiro estágio, é possível evitar que a inflamação passe para o estágio seguinte e venha a colocar o implante em risco, para alívio de ambos, paciente e dentista.
Que medidas tomar nos casos mais graves?
Uma vez instalada a peri-implantite, o tratamento já não é mais tão eficiente, embora ainda possa ser realizado. Estágios avançados incluem cirurgias regenerativas e ressectivas, com abertura da mucosa para descontaminar a área.
Mas, antes de tomar a decisão cirúrgica, é oportuno discutir com o paciente uma alternativa possível. Diferentemente do dente, o implante não é insubstituível. Em certos casos vale mais a pena optar pela remoção e recomeçar o processo – fazer enxerto ósseo e colocar um novo implante – do que tentar regenerar o anterior.
O que fazer para prevenir?
Orientar o paciente a efetuar uma boa higienização e agendar controles periódicos. A atenção máxima a possíveis sinais de problema favorece o diagnóstico precoce e a adoção de providências para aumentar as chances de sucesso. Um esforço que compensa, concorda?
E aí, gostou das dicas deste artigo? Nós, da S.I.N. Implant System, estamos aqui para ajudar você a conquistar o máximo sucesso no seu dia a dia como dentista. Para conferir outras dicas sobre o mundo dos implantes, siga nossas redes sociais: Facebook e Instagram e também nosso canal no YouTube.