Pense no atendimento mais recente que você realizou. Se ficou inclinado e esticou a cabeça, mesmo que levemente, para ter uma visão mais favorável da cavidade bucal do paciente, saiba que já cometeu dois dos maiores erros ligados à postura.
Infelizmente, vícios posturais são comuns entre os profissionais da Odontologia.
Mas você sabia que, além de prejudicar a coluna, estes problemas podem provocar crises de enxaqueca, tontura e, até mesmo, disfunções nos órgãos? E, além desses males, outras consequências são inflamações e dores crônicas nas articulações dos joelhos, quadris e plantas dos pés, além de hérnias discais, tendinites, lesões por esforço repetitivo (as famosas LER), e, até, baixa energia – causada pelo uso excessivo de energia muscular, dos grupos mantidos em contração ou sobrecarga.
Pois é, o assunto é sério! E veja só: quando o quadro é recorrente, pode levar a afastamentos e, até mesmo, incapacitação. Em determinados casos, o profissional pode até ter de parar mais cedo do que o planejado, interrompendo uma carreira de sucesso que seria bastante promissora. Portanto, olho vivo e, a qualquer sinal de problemas ligados à má postura, busque ajuda!
Para prevenir o problema, conversamos com a Dra. Carine Eufrazio, fisioterapeuta, osteopata e posturóloga. Ela deu dicas preciosas para você dar um chega pra lá na postura inadequada. Vem conferir:
A importância da postura correta durante os atendimentos
Basicamente, o hábito de manter posturas erradas causa as chamadas forças anormais contrárias, que são sobrecargas que desequilibram o corpo e acometem todo o organismo. O diafragma (um dos principais músculos responsáveis pela respiração) também exerce importante papel na manutenção das condições de saúde de órgãos vitais, sendo uma estrutura bastante significativa que pode ser afetada.
É que quando ele fica comprimido, sua função é prejudicada. O que não é nada bom, já que essa situação implica, muitas vezes, em problemas cardíacos, gástricos (como refluxo), de deglutição, além de dores de garganta, disfunções do trato urinário, intestino preguiçoso, entre outras desordens.
Alerta máximo: fique atento a estes sinais
Bom, a gente já sabe que os sintomas da má postura não se concentram apenas na coluna. Então, é importante ter atenção aos avisos que o corpo dá! Dores de cabeça, vertigem e formigamentos em qualquer parte são alguns deles.
Na presença desses indícios, é recomendável agendar uma consulta com um fisioterapeuta posturólogo – isso mesmo, existe um especialista em postura. E normalmente esse profissional tem formação em osteopatia, medicina do esporte, ortopedia ou fisiologia.
A longo prazo, as posições viciosas (como são chamadas as posturas inadequadas) podem impactar na estrutura óssea, bem como na saúde como um todo, originando, como vimos, muitas doenças ortopédicas e sistêmicas, desequilibrando o bom funcionamento corporal.
E olha, a curto prazo, elas ocasionam dores que tendem a amenizar somente mediante a ingestão de analgésicos ou condutas clínicas. Desagradável, né? Então, o ideal é mesmo procurar atendimento especializado o quanto antes.
Vire o jogo e ganhe esta batalha
Prevenção é a palavra-chave. Invista na ergonomia de todo o ambiente do seu consultório. O objetivo é gerar conforto e segurança, impedindo as doenças e situações de grande estresse na rotina e aumentando a produtividade.
E mesmo quem está no início ou tem poucos anos de carreira, deve se cuidar bastante, pois ao longo do tempo, o preço a ser pago pode ser alto!
Vire este jogo. Adote a postura correta no seu dia a dia clínico:
- Coluna reta: não relaxe nem permita que as costas e a coluna se curvem (contrair suavemente o abdome pode ajudar), evite rotações e inclinações de tronco em excesso.
- Mentalize um tripé: mantenha os pés no chão e imagine que você é um tripé, ou seja, distribua seu peso uniformemente pelos dois pés e o assento.
- Diminua a distância: sente-se o mais próximo possível do paciente.
- Cuidado com os punhos: mantenha os pulsos em posição neutra, evitando esticá-los e rodá-los (movimento de pronação e supinação) em demasia.
- Minimize a tensão: não segure seu instrumento com muita força, para não sobrecarregar seu corpo nem provocar inflamações. Esteja atento aos sinais que o seu corpo emite quando está fazendo muita força, tais como: apertamento dentário, testa franzida e até mesmo incidência de dor e cansaço.
- Fique à altura: o mocho deve ser ajustado de modo que o ângulo formado pelas pernas e coxas fique entre 90 e 120 graus. E nada de permanecer muito tempo sentado!
- Movimente-se: o ideal é fazer exercícios para soltar todos os músculos, e também se alongar a cada uma hora. Ao longo do dia, inclusive, as práticas de ginástica laboral são bastante recomendadas. É que, junto com os exercícios de alongamento dinâmico, elas favorecem a flexibilidade das articulações dos ombros, cotovelos, punhos e mãos, para que fiquem menos suscetíveis a lesões, além de ajudar na regulação do tônus muscular e da dor. Movimento é vida! Então esteja sempre em movimento e fique atento a sua rotina de atividades físicas.
- Mantenha os hábitos saudáveis também fora do consultório: o pilates e as sessões de fisioterapia e a posturologia, por exemplo, são excelentes para a manutenção da boa saúde postural. Vale destacar, também, a importância da avaliação com um profissional de posturologia, que vai verificar o sistema de entrada (captores) posturais, cujo funcionamento adequado é essencial para uma boa resposta clínica e integração de todo o tratamento postural.
- Cuide-se: no mais, priorize a comida de verdade e beba bastante água! Quando você não se alimenta bem, o organismo reage e problemas podem surgir, principalmente quando existe o consumo de alimentos inflamatórios que podem contribuir para o aumento de dor, bem como dificultar a resolução de quadros inflamatórios já presentes no corpo.
Você percebe que o cuidado com a postura deve ser diário e constante, certo? Faça essa aposta!
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